quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Lost in Love || Por mim era sempre oitenta. Ou oitocentos.

Depois de tanto tempo de nós, continuo a fascinar-me com a necessidade de te ter inteiramente meu. Com a necessidade de te surpreender, de te apaixonar. De te tirar o ar [quão tramada é a monotonia da vida?].

Como se não soubesse existir em nós sem sentir borboletas na barriga. É quase estranho não querer só gostar. Não sem me sentir entranhada e loucamente apaixonada por ti. Porque não sei ser nós sem vir para casa a cantarolar e a sorrir sozinha, no meu carro, sem me rir contigo enquanto me aqueço com um chá de menta e o barulho do mar, sem me perder nas tuas histórias de História: não oiço metade mas adoro o teu ar entusiasmado e derreto-me.

E gosto de sentir o teu olhar tocar-me enquanto conduzo na marginal. Gosto quando te sinto a respiração no pescoço naqueles abraços infinitamente bons. Gosto de ser ridícula no semáforo e enviar beijos entre as janelas dos nossos carros, como se de duas crianças nos tratássemos. Gosto de vir a pensar em ti e chegar a casa e apetecer-me escrever este texto. Gosto de não me contentar com o "amor suficiente" e de querer sempre mais e mais. Mais de ti. Mais de nós.

Dirão que não pode ser oito nem oitenta. Mas por mim era sempre oitenta. Ou oitocentos.
Que não há nada melhor que surpreender!


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Lost In Love - Lamechices boas de Domingo

Esta coisa de esperar por ti, à antiga num sítio marcado, sem saber a que horas vais chegar, porque a bateria do telemóvel te traiu tem qualquer coisa de mágico. Como se depois de tanto tempo de ti estivesse nervosa por te ver. Como se esta coisa de não saber se demoras ou não, esta impaciência irrequita e ansiosa por te ver não se acalmasse. 

Tento mudar de posição no banco do meu carro enquanto te aguardo vindo de não sei bem onde. E sorrio por ainda ficar assim, apaixonadamente nervosa por te abraçar neste dia feliz. Porque se há coisa melhor no mundo é apareceres sem saber quando e poder voar para ti com o coração a bater depressa.

É Domingo. E dia de ser feliz.



sábado, 2 de janeiro de 2016

Lost In The Good Life || Esta coisa difícil de me despedir de 2015

Quando acordei não estavas na cama e ainda ensonada levantei-me para te procurar, depois de andar aos saltinhos pela sala, a tentar não fazer nenhum dos nossos amigos começasse o ano com uma pisadela minha. Encontrei-te no alpendre, fui até ti com a minhas meias a pisar o chão frio, abri os braços e fui engolida no teu abraço. Ficamos assim, embalados pelo vento forte a admirar a imensidão tempestuosa da natureza, não sei bem quanto tempo.
Pela primeira vez, em muitas passagens de ano, estava com uma nostalgia sem medida. Porque será sempre uma competição desleal comparar qualquer ano com o meu 2015. Esse que me viu ser mais feliz do que alguma vez tinha sido. Esse que me faz acelerar a respiração só de relembrar. O nosso 2015. 
Abraçaste-me com mais força, como se adivinhasses os meus pensamentos (e sinceramente, nem sei se o pensei só para mim, se o disse para nós sem me aperceber!). Conheces-me tão bem. 
Dei-te um beijo na bochecha e fui fazer-te torradas, fazer-nos torradas. E começamos o ano assim, de pijama a comer torradas, na melhor companhia do mundo. 
Olhei para ti, sorri e enquanto te passava a mão pelo cabelo sussurraste-me ao ouvido que ia ser um grande ano. E vai.

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Lost In The Good Life || Porque Natal é quando um homem quiser (ainda vem a tempo!)

Este Natal o melhor presente foi ter-te ali, fisicamente ao meu lado, pela primeira vez. Ver-te sorrir mesmo sem tocar com os meus olhos nos teus. Deliciares-te com as filhoses da minha mãe e a sopa da minha tia Alice. Foi passarmos horas sentados nos bancos de madeira da cozinha da minha tia a relembrar os avós (que já não estão, mas estão sempre!) e as tropelias da nossa infância. Foi rires com a alegria dos miúdos a abrir os presentes enquanto me abraçavas docemente, junto à lareira. O melhor deste Natal foi ter-te ali. 

E sentir-me na casa da tua avó como se fosse um bocadinho minha. E já não ser Natal para mim sem o Arroz de Peru de dia 26 de Dezembro.

Porque sei que é amor quando partilhamos o Natal e a vida. E quando a minha família e a tua família passam a ser a nossa família.


domingo, 6 de dezembro de 2015

Lost In Love || Independentemente dependente de ti

Às vezes pergunto-me se não é uma contradição [sempre ter tido e] ter uma sede de indepêndencia tão imensamente grande e depois depender assim de ti. Assim quase visceralmente. Como se me faltasse o ar. Com tantas certezas como as de querer sempre ser independente.

Não abriria mão do ser eu. Eu só minha. Mas não sei se é ainda possível haver uma eu minha sem ser também tua.

Olha, gosto de ti. E de nós. E da forma como escolhemos fazer-nos dependentes um do outro. Essenciais. E felizes.


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Lost In The Internet || Sou uma Maria Capaz.

Cheguei a casa. Pousei as chaves e o casaco em cima da minha cama. Fui à cozinha fazer chá e liguei o computador. Vi o meu texto, o texto que eu escrevi, as palavras que eu idealizei ali, no ecrã, naquela plataforma gigante que é a Maria Capaz. Fiquei parada, engolida pela imensidão de (me) ver ali exposta. E depois cresceu em mim um orgulho mais que grande. Enorme.

Maria Capazes somos todas. Todos. Porque temos uma voz. Porque pomos a mão na massa. Porque não nos deixamos ficar indiferentes à indiferença do mundo. Porque vemos urgência em mudar paradigmas, mentalidades.

Eu já me sentia sou uma uma Maria Capaz de tudo e ver tantas outras Maria(o) Capazes a partilharem o meu texto, a acharem que Merecem o melhor, a identificarem-se com as minhas palavras, a serem tocadas por aquele bocadinho de mim que anda por aí, internet fora é qualquer coisa muito avassaladoramente fantástica.

Obrigada por cada feedback, cada comentário, cada gosto (12000?!), cada partilha (418 partilhas em menos de 24h?!). É isto que as redes sociais e a internet, em geral,  têm de melhor: podermos partilhar ideias, ter uma voz e sermos todos Maria Capaz!



Para quem quiser reler o Mereces o melhor

E o texto inicialmente publicado aqui no blog

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Lost In The Kitchen || Quem disse que de dieta não se comem coisas boas? #2

Que segundas-feiras é, impreterivelmente, dia de jantar romântico, já não é novidade.

Que o meu homem-namorado-noivo é um achado, também não - acreditem, meninas casadoiras, é procurar até encontrarem um como este!

Mas deixemo-nos de converseta e vamos ao que interessa: a receita que o Chef M fez hoje: sem hidratos de carbono (sim, continuo de dieta! e não, o meu homem não passsa fome por isso!), fácil, barato, diferente e delicioso! 

Não acreditam? É experimentar.

Shakshuka Luso-Israelita [com Linguiça Picante]



Ingredientes
1 cebola branca
2 dentes de alho
2 colheres de sopa de azeite
1 pimento verde de tamanho médio
4 linguiças picantes
2 latas de 390g de tomate aos cubos
2 colheres de sopa de polpa de tomate
1 colher de chá de paprika (pimentão doce)
1 colher de chá de cominhos
1/2 colher de chá de piri-piri moído
4 ovos
sal e pimenta q.b.

1. Fazer um refogado com o azeite e a cebola aos cubos, até ficar translúcida, sempre em lume médio.
2. Adicionar os dentes de alho picados ao refogado.
3. Juntar o pimento cortado aos cubos e ir mexendo, durante 3 minutos.
4. Acrescentar a linguiça, sem a pele, cortada às rodelas de aproximadamente 1 cm.
5. Mexer até a mistura ganhar a cor avermelhada da linguiça (aproximadamente 5 min).
6. Juntar o tomate em pedaços e a polpa, misturando até homogeneizar.
7. Adicionar os temperos: paprika, piri-piri e cominhos.
8. Deixar a reduzir, em lume médio, por 5-7 min.
9. Temperar com sal e pimenta a gosto.
10. Abrir cuidadosamente os ovos sobre o preparado, espaçando-os na frigideira.
11. Cobrir com tampa e deixar cozinhar por 10-12 min até a clara ganhar cor.
12. Servir e aproveitar a refeição (romântica, de preferência - sabe melhor!)


Bom apetite a todos!